Nos mudamos para a Rua Rio Madeira, 19-E, Itacaranha, mais precisamente numa encruzilhada. A nossa casa ficava de esquina com a Rua Sergi Mirim, que dava no Colégio Clériston Andrade onde estudei da 4ª a 6ª série. A casa era ampla, maior do que a que tínhamos na Rua da Estação. Além de tudo tinha um número, 19-E. :D. A rua não era asfaltada, era uma estrada de cor clara, pois predominava um solo arenoso. Andávamos sempre descalças, o que era maravilhoso. Só fui usar sandálias, obrigatoriamente, por causa do asfalto, muitos anos depois.
A casa era toda cercada por varanda feita de telha de eternit, mas o telhado da casa era feito de telhas de cerâmica (depois do trauma, minha mãe não queria ouvir falar das telhas de eternit). A área da varanda era cimentada, com cimento vermelho, com aproximadamente 2m de largura. O quintal era murado e não era plano. Era aberto, sem plantas, árvores e por isso fazia muito calor. Lembro-me dos dias ensolarados, do calor vindo daquele chão arenoso logo quando fomos morar lá. Ainda bem que meus pais escolheram um dia assim para mudança.
Era uma linda casa!
Era uma linda casa!
A casa ficava em frente a um campo de futebol que margeava com uma lagoa, chamada de Lagoa Dourada. Era uma lagoa mágica de onde nasciam capins. Não entendia como da água nascia capim. Ouvíamos sapos coaxarem e grilos a criquilar sempre quando, à noite, íamos brincar de "cabana" ou "coelhinho sai da toca", brincadeiras de correr, parecido com picula, mas com direito a posse daquele que se pega, confinado a uma "cabana" ou "toca".
Lá faltava muita energia e água também. Por isso, meu pai pediu para fazer uma "fonte" que, diferentemente da casa da Rua da Estação, tinha água de qualidade. Algumas pessoas, vizinhas e amigas, iam pegar água lá em casa. Com o tempo, fomos plantando e muitas árvores floresceram naquele quintal, mas sobre elas dedicarei uma postagem especial. Quando "faltava luz", brincávamos de fazer sombra na parede com os "fifós" acesos à base de querosene. Meu pai contava estórias de assombração.