sábado, 20 de novembro de 2010

A Escola Cristovão Ferreira

A Escola Cristovão Ferreira era dirigida pela professora Olga, se não me engano, muito embora houvesse um diretor que eventualmente ia a escola. A presença marcante da profa. Olga ficou muito mais na memória (recentemente a encontrei no Shopping Barra e ela me contou das dificuldades de manter os alunos na escola, já que muitos não tinham o que comer. Isso foi em 1973) Fui estudar lá na 3ª série, sob o olhar cuidadoso e dedicado da profa. Noemia. A 4ª série foi no Colégio Clériston Andrade, pois queriam que no dia da inauguração houvesse alunos em sala. 

A Escola Cristovão Ferreira ficava um pouco longe de casa, mas era a única que tinha. Nos dias de chuva, devido ao barro da estrada, os nossos kichutes iam cravados de barro, um tipo de barro que colava mesmo na sola. Minha mãe nos fazia calçar sacos plásticos que eram amarrados no tornozelo, evitanto assim não apenas sujar a escola, mas a casa, ao retornarmos.

Na escola, estudei e brinquei. Lembro-me mais das brincadeiras de roda. Cantava o Hino Nacional antes de entrar em sala. O aspecto da escola era sombrio. As salas eram escuras e apertadas. No entanto, gostava dos babmbuzais que ficavam no fundo da escola e do riacho de águas cristalinas que corriam por entre a plantação de bambus. O riacho fazia barulho de água corrente. Era uma plantação fechada e, por isso, não sabíamos o que tinha adiante. Um dia descobrimos uim caminho, mas fomos proibidas de caminhar por ele porque era muito ermo.

Certa feita, houve um problema na escola e ela foi transferida para o bairro de Praia Grande, para a Escola Eduardo Dôto. Um dos momentos marcantes de minha vida foi quando, por doença de minha irmã caçula (sarampo), minha mãe não pôde me levar à escola. Minha mãe também não gostava que faltássemos às aulas. Assim, com aproximadamente 10 anos de idade, peguei o trem e fui para a escola sozinha. Para a minha decepção (e alegria de minha mãe) neste dia não houve aula, então voltei rapidamente. A sensação de passar pelo torniquete e entrar sozinha em um meio de transporte era ao mesmo tempo assustador e emocionante. Estava alegre por conseguir chegar sozinha ao meu destino, o que deve ter contribuído para a minha sempre precoce independência.

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